Tem gente que já está preenchendo cheques para janeiro, as eleições se foram (exceto para aqueles lugares que nostalgicamente disputarão o segundo turno), o natal se aproxima (tem gente já reservando árvore de natal e tudo), o ano acadêmico entra em sua reta final, as metas profissionais do ano ou vão sendo alcançadas ou vão se distanciando, uma vez que o ano vai completando seu curso e a vida segue seu percurso.. É meus caros, na velocidade da vida quase não se há tempo de vivê-la. Já dizia Oscar Wilde, Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existem. Por que este meu maldoso comentário? Aproveito para fazer a análise de um fato trivial, mas que pode servir de premissa para uma reflexão. Hoje decidi tornar minha vida mais cômoda, optei por instalar um portão automático em minha residência. Pode uma coisa desta ser tão relevante? Lógico que não é uma coisa importante, e menos ainda necessária (depende de cada caso né), mas em todo caso, para mim isso se revestiu de um significado tão animador e confortante que chega a dar prazer. Se diante deste trivial fato, pareceu-me ficar estasiante na correria da vida, imagina alguma coisa de valor mais profundo que estamos habituados a ter? Coisas que fazem parte da vida e que se não a tivéssemos certamente mui aflito tornaríamos. Refiro-me à aquelas pessoas que nos cercam, parentes, amigos, vizinhos, sim vizinhos! Não poucas vezes são pessoas que aliviam o peso de nossa caminhada pela vida. Nestas que nos cercam, inúmeras vezes deixamos de formalizar estes sentimentos que brotam da importância que as mesmas desempenham em nossas vidas. Lembra da correria da vida que mencionávamos e que muitas vezes nos impedia de vivê-la com mais prazer ou apreciá-la com seus reais valores? Pois então, a consciência destes sentimentos, destas pessoas, da maneira que uma pessoa partilha algo conosco, a forma que os outros lidam com as dificuldades é tudo razão que nos faz debruçar em nossa própria vida e admirar sua beleza. Se esta for nossa atitude, muitas outras se desenvolverão lapidando-nos cada vez mais, seja nossa autoconsciência de sermos cada vez melhores para o outro, até quem sabe ao ponto de nos transformar numa pessoa que os demais fazem questão de tê-la ao seu lado...
Autoria: Juan Castero